Fotometrando corretamente para RAW

Um dos pontos mais importantes e no entanto pouco compreendido pelos fotógrafos é expor corretamente com a digital. Primeiramente precisamos entender que os sensores têm uma enorme limitação na captura de baixas luzes e capturam com muito mais riqueza as altas-luzes. Significa que, imagens sub-expostas terão muitos problemas ao serem corrigidas – ruído em excesso.

Ao contrário do que se costuma ouvir, as altas-luzes são muito bem capturadas. Entenda o exemplo acima. Dynamic range é toda a faixa compreendida entre o ponto mais claro e o mais escuro. A latitude da digital é de cerca de 5 pontos. Veja novamente o exemplo acima. No diafragma mais escuro, o sensor consegue capturar apenas 64 tons enquanto no mais claro, metade de todos os tons capturados, no caso do sensor de 12 bits, 2048 tons.
Portanto, a regra é sempre expor corretamente, e expor corretamente quer dizer favorecer a área que o sensor captura mais informações, as altas luzes.
Não se assuste com a aparência da foto na tela da câmera. Estamos falando de captura em RAW, onde as fotos ainda serão ajustadas, portanto, quanto mais informação capturarmos, melhor. O histograma da câmera representa um JPEG gerado para visualização da imagem, não o arquivo RAW. O histograma que vale, que uso até para ajustar e calibrar o fotômetro é o histograma visto no LR.
Veja agora o exemplo abaixo, de como podemos nos enganar com o que vemos em nossas câmeras, tanto visualmente quanto pelos histogramas.

A foto da esquerda parece melhor, mas não é. A segunda imagem está exposta privilegiando as altas luzes, capturando mais informação. Ela pode ser tratada e escurecida, sem criar ruídos. A primeira foto, ao ser clareada criará ruídos nas áreas de baixas luzes.
Repare que a primeira imagem tem 13.7 MB e a segunda, 15.8 MB, ou seja mais informação!